Reforçando a importância de transformar o potencial turístico catarinense em desenvolvimento econômico, a nova presidente da Santur S.A., Flavia Didomenico, pretende investir na inovação para alavancar o setor.
Flavia é especialista em Planejamento, Gestão e Marketing Turístico e bacharel em Turismo e Hotelaria, ambos os títulos pela Univali. Recentemente, atuou como consultora em todas as regiões catarinenses na criação de políticas públicas para municípios, por meio do desenvolvimento de planos municipais de turismo.
Em entrevista à Revista F, a nova presidente da Santur elenca as principais ações previstas pela entidade, analisa o potencial turístico de Santa Catarina, traça estratégias para desenvolver as diferentes regiões catarinenses e destaca a importância de atrair investidores para impulsionar o Estado como destino.
Revista F - Qual a expectativa para sua gestão no comando da Santur, substituindo o ex-presidente Valdir Walendowsky?
Flavia Didomenico - Para mim é uma honra dar seguimento ao legado de muito trabalho e conquistas da Santur, que existe há mais de 40 anos. Reconhecidamente o estado exerce protagonismo do turismo nacional e na América do Sul pela contribuição do trabalho do ex-presidente Valdir e da equipe da Santur, feito em conjunto com todo o trade estadual. A nossa expectativa é alcançar uma gestão assertiva dentro e fora da Santur. É preciso planejar e executar o trabalho com máxima eficiência, direcionando as demandas da organização de forma a orientar todas as ações em uma única direção. Promover a satisfação dos servidores, alinhando as visões para seguir todos o mesmo rumo, com foco na produtividade e redução de custos operacionais. E também gerenciar o turismo de Santa Catarina compreendendo o turista e o mercado, Estado e trade trabalhando em conjunto.
RF - Quais são as principais ações previstas para sua gestão no comando da Santur?
Flavia Didomenico - A nossa proposta é trabalhar com as seguintes diretrizes: eficiência, inovação, transparência e integração. Vamos fomentar a criação e consolidação de produtos de excelência, nos quais os equipamentos e serviços obtenham selos e certificações nacionais e internacionais de forma segmentada. Pretendemos ainda implantar mecanismos para extrair números e informações que auxiliem na elaboração de projetos e políticas públicas. São esses dados que permitirão à Santur conhecer melhor o público que visita Santa Catarina e identificar as ações e programas que trazem os melhores resultados.
Vamos também promover o trabalho de rede de cooperação com as instituições, consolidar o Observatório do Turismo catarinense, além de fortalecer os laços com entidades para a utilização de dados estratégicos. Isso nos permitirá projetar de forma mais assertiva as ações do Governo do Estado, bem como subsidiar empresários e empreendedores que fazem parte da cadeia produtiva do turismo. Queremos promover a inovação, em parceria com as instâncias de turismo de cada região, fomentando ações inovadoras e valorizando as boas práticas já existentes.
RF - De que forma analisa a representatividade do Turismo de Santa Catarina, em nível nacional e internacional?
Flavia Didomenico - De acordo com Estudo de Demanda Turística Internacional, do Ministério do Turismo, os argentinos e uruguaios perfazem nosso maior número de visitantes (mais de 82%). A principal motivação é o turismo de sol e praia. Eles vêm geralmente em família e permanecem cerca de 10 dias nos destinos. Esses dados nos colocam o desafio principal de quebrar a sazonalidade do turismo em SC, de modo a não mais dependermos somente do sol e praia e também para buscarmos outros mercados internacionais, tanto visitantes da América do Sul quanto de outros continentes.
RF - Quais são os principais pontos a serem aprimorados no turismo catarinense?
Flavia Didomenico - Devemos trabalhar para promover o desenvolvimento do turismo considerando as características de cada região, além de elaborar estratégias segmentadas para áreas de destaque, como turismo náutico, termalismo, gastronomia, eventos, enoturismo, turismo cervejeiro e da cachaça, entre outros segmentos.
RF - Quais são as estratégias para desenvolver as diferentes regiões turísticas de Santa Catarina?
Flavia Didomenico - Vamos trabalhar para promover o desenvolvimento do turismo considerando as características de cada região, além de elaborar estratégias segmentadas para áreas como turismo náutico, termalismo, gastronomia, eventos, enoturismo, turismo cervejeiro e da cachaça, entre outros segmentos. Temos uma importante missão, que é transformar em desenvolvimento econômico todo o potencial que Santa Catarina tem no turismo.
RF - De que forma a Santur pretende atrair investidores e potencializar o mercado turístico?
Flavia Didomenico - Diversidade cultural e produtiva, desenvolvimento territorial e humano e um extraordinário potencial de crescimento econômico são características que diferenciam nosso Estado e o colocam como o 2° mais competitivo do País. Somos um estado empreendedor e referência como polo tecnológico e de inovação. Além disso, temos uma diversidade incrível de cenários, etnias e culturas. Mas, é preciso ampliar ações para integrar o trade de turismo com o Governo do Estado para superar problemas de burocracia e entraves jurídicos. Melhorando o nosso ambiente de negócios teremos condições de atrair os recursos de investidores que querem estar presentes em Santa Catarina. Precisamos estar alinhados com a iniciativa privada e dar sustentação e segurança jurídica para que ela contribua para o desenvolvimento do turismo catarinense. Vamos trazer o investidor e mostrar: este é o nosso ambiente de negócios e ele é favorável.
RF - Qual o impacto do novo terminal do Aeroporto de Florianópolis no desenvolvimento turístico e econômico de Santa Catarina?
Flavia Didomenico - A empresa concessionária deve inaugurar o Floripa Airport em 1º de outubro deste ano. As obras desse novo terminal de passageiros, que será quatro vezes maior que o atual, seguem adiantadas e já passaram de 60% do total concluído. Temos certeza que a nova operação vai trazer conforto, segurança e agilidade aos usuários e ainda mais investimentos para Santa Catarina. Com investimento de R$ 550 milhões, o terminal de Florianópolis é o único, no momento, que está sendo construído inteiramente novo no Brasil, sem ampliações.
RF - De que forma o cenário político e econômico interfere nos projetos da Santur?
Flavia Didomenico - Temos como meta estabelecer com o Governo Federal a melhor relação possível, de modo que SC possa realizar as ações propostas no Plano Nacional do Turismo 2019-2022 e contribuir com soluções inovadoras e integradas para os principais gargalos do nosso setor: melhoria da infraestrutura, do ambiente de negócios para atração de investimentos, aumento da conectividade aérea e ampliação do número de visitantes estrangeiros no Brasil.
RF - Sobre a participação no FESTURIS Gramado, o que a Santur pretende trazer como foco de divulgação para o evento?
Flavia Didomenico - Ao longo deste ano temos aprimorado o layout dos nossos estandes, valorizando as 12 regiões turísticas de Santa Catarina e nossos segmentos de destaque, como o Turismo de Saúde e Bem-Estar, o Enoturismo e as Rotas Cervejeiras. Estamos atuando mais forte não apenas na promoção no estande, mas também ocupando os espaços para capacitações de agentes e operadores nos eventos, em parcerias com o trade. Para o FESTURIS estamos também preparando novidades tecnológicas, buscando a interatividade com os visitantes da feira.
