Turismo: inovação e vacinação para voltar a crescer

Turismo e Inovação

Até a eclosão da pandemia do coronavírus, o Turismo era uma das atividades que mais cresciam no mundo, à frente de importantes segmentos como o de cuidados de saúde, tecnologia da informação e serviços financeiros. O Turismo era o responsável por um a cada cinco empregos gerados no planeta. Em 2019, o setor movimentou US$ 8,9 trilhões, sendo o responsável por 10,3% do PIB global e pela geração de 330 milhões de empregos, segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC). No Brasil, essa indústria também apresentava crescimento e movimentou US$ 152,5 bilhões, o que representou 8,1% do PIB e gerou quase sete milhões de empregos.

Desde que o Sebrae iniciou a série de pesquisas feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e que analisa o impacto da pandemia sobre os pequenos negócios, presenciamos a queda do crescimento desse setor, que se tornou o mais afetados pela covid-19. A média de empresas que funcionam da mesma forma que antes do início da pandemia, segundo a última pesquisa, é de 16%, mas quando se analisam os impactos no Turismo esse número cai para 4%; 32% dos negócios desse segmento, que movimentam cerca de 50 atividades e empregam milhões de brasileiros estão sem funcionar; 85% dos empreendedores relataram piora no faturamento em 2020.

Esse é um setor que depende, mais que qualquer outro, da vacinação em massa, devido as suas características básicas (entre elas a necessidade de deslocamentos). A retomada do faturamento nessa atividade aos níveis pré-pandemia, só deverá ocorrer em 2022, quando 100% da população estiver vacinada. Um estudo feito pelo Sebrae estima que a imunização de todos os brasileiros só deve ocorrer em dezembro desse ano, caso o ritmo de vacinação seja acelerado e o País consiga alcançar a meta de três milhões de brasileiros vacinados por dia, o que corresponde à capacidade de vacinação do SUS.

O Sebrae tem trabalhado na criação de políticas públicas que ajudem o setor a superar as dificuldades. Recentemente, estivemos reunidos com o presidente da República, Jair Bolsonaro, para solicitar medidas que ampliem a oferta de crédito, como a extensão do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), e do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), além de medidas que desonerem a carga tributária e facilitem o pagamento de impostos.

Além disso, temos disponibilizado conteúdos que indicam quais as novas tendências e como os empreendedores do segmento devem se preparar para esse momento. É preciso reinvenção e adaptação aos novos desejos dos consumidores. A inovação é essencial para manter uma certa movimentação nos negócios e garantir clientela no futuro.

Estudo recém-lançado pelo Sebrae do Rio de Janeiro, um dos Estados mais impactados com a queda do Turismo, visa amparar a inovação dos empreendedores do setor. A capital fluminense, considerada o destino turístico número 1 do Brasil e responsável por receber mais de 40% dos turistas brasileiros (e 1,2 milhão de turistas estrangeiros em 2019), viu sua arrecadação cair e 20% dos postos de trabalho desse segmento serem fechados. Até o início da pandemia, o Turismo movimentava R$ 23 milhões na economia fluminense, o que corresponde a 3% do PIB estadual.

Os empreendedores do setor precisam estar preparados para recepcionar uma demanda reprimida de turistas ávidos por conhecerem novos lugares, sabores, cores e cheiros. Um público necessitado de novas experiências. Mesmo com a pandemia, mais de 85% das pessoas entrevistadas pelo Sebrae Rio afirmaram que viajar é uma das prioridades, apesar de 35% declararem ser de grupos de risco.
A análise mostra as principais tendências do Turismo para o Brasil e revela ainda os desejos e anseios do público fluminense quando pensam em Turismo. O material servirá de importante guia para os empreendedores do trade ampliarem seus horizontes e estarem prontos para a retomada.

Turismo gastronômico, Turismo de Charme, prestação de serviços exclusivos de bem-estar, aluguel de suítes para microcelebrações ou de espaços inteiros e a oferta de passeios personalizados têm grandes chances de atrair consumidores. Esse “novo turista” deseja conhecer cidades do interior, viajar de carro e se precisar pegar um avião, quer ficar no máximo até 3h em um voo.

O Turismo doméstico voltou a ficar em alta. A elevação do dólar e a pandemia fortaleceram o Turismo nacional. Quem investir no Turismo de proximidade e ecoturismo poderá se beneficiar dessa retomada das atividades com maior agilidade. Os brasileiros voltaram novamente seus olhos para as belezas e histórias do nosso País.

Enquanto 2022 não chega, os empreendedores do segmento podem usar a criatividade para fidelizar consumidores, conquistar novos públicos e se inspirarem nesse rico material produzido pelo Sebrae. Esse é o passo inicial para a concretização da retomada pós-vacinação.”