A expertise de Álvaro Garnero em entrevista para a Revista Festuris

Álvaro atua na televisão com o programa 50 por 1, exibido no Domingo Espetacular, na Rede Record

“Arrisco dizer que no quesito beleza e diversidade nenhum país se iguala ao nosso.” É por conta desta frase e de toda a bagagem no segmento turístico que Álvaro Garnero, 53 anos, é conhecido como Embaixador do Turismo no Brasil, tendo nomeação do Governo Federal. Desde 2007 ele atua na televisão com o programa 50 por 1, exibido no Domingo Espetacular, na Rede Record, onde mostra curiosidades de diferentes destinos pelo país e pelo mundo. O empresário também é o criador do Café de La Musique e sócio da plataforma The iFriend, especializada na ponte entre turistas e guias locais e no serviço de experiências. Confira a entrevista exclusiva.

 

Revista Festuris - Sabemos que sua relação com o turismo é antiga. Como se deu o seu encontro com o mercado até o convite para se tornar embaixador do turismo? O que mudou desde a nomeação? 

Álvaro Garnero - O convite foi uma coisa natural, eu sou amigo de Eduardo Bolsonaro, meu pai tem ajudado essa administração em contatos aqui e lá fora e eu faço propaganda do Brasil de graça há muito tempo. Mas, ao mesmo tempo, foi uma escolha natural, também foi um momento de muito orgulho.


RF - O 50 por 1 é uma referência para o turismo nacional e na temporada atual você promove os destinos do nosso país. Conte-nos um pouco sobre as experiências que está vivendo no Brasil nesta temporada? 

AG - É uma redescoberta. E a gente está em um momento que precisa se valorizar, que precisa ter a prova em imagens que as belezas do Brasil e – muitas vezes – a estrutura de turismo, não deixa nada a desejar aos lugares incríveis que eu visito lá fora. Arrisco dizer que no quesito beleza e diversidade nenhum país se iguala ao nosso. Então explorar a fundo a Rota das Emoções entre Ceará, Piauí e Maranhão, ter a chance de passar vários dias em duas das mais lindas Chapadas do Brasil – Veadeiros e Diamantina, voar por Búzios, explorar lugares de Angra que eu nunca tinha visto, tudo isso vira um misto de alegria e orgulho. Alegria de poder viver esses momentos e orgulho de ser brasileiro.


RF - Hoje em dia, fala-se muito do Turismo de Experiência, o qual os viajantes procuram fazer imersões, ter experiências autênticas que fujam do tradicional, seja aprendendo algo novo, vivendo algo inusitado, saboreando os prazeres da mesa, ou se hospedando em uma comunidade. Dentro desse contexto, quais oportunidades você enxerga para o mercado e quais tendências você vislumbra?

AG - Com o advento dos novos programas de turismo desde o começo do século, e incluo o meu nessa lista, o turista  aprendeu que viajar não é só tirar foto no cartão postal e comprar uma lembrança para enfeitar a casa. Todo lugar tem sua cultura, seus sabores, suas tradições. Eu não me canso de repetir que turismo é aprendizado, porque é mesmo. Quando a gente encara o mundo como uma grande escola que pode ensinar qualquer um a ser um ser humano melhor, a viagem ganha uma outra dimensão.


RF - Você é sócio da plataforma The iFriend, especializada na ponte entre turistas e guias locais e no serviço de Experiências. De que forma a startup contribui para o incremento do turismo?

AG - Acho que tem muito a ver com a pergunta anterior: o turismo de experiência. Por exemplo: você quer fazer turismo gastronômico em Paris, óbvio que o ideal para isso é que seu guia seja um chef de cozinha. Com o Ifriend você pode escolher um guia com essa especialidade. E o app dá a chance de pessoas com formações diferentes serem guias de seus espaços, mostrarem os lugares onde vivem com a visão particular que essa pessoa tem. A cidade de Salvador que um músico pode me mostrar é diferente da Salvador que um professor de história vai me mostrar. O usuário pode escolher diferentes experiências e o morador do local tem uma nova opção de renda.


RF - Como têm sido desbravar os destinos em companhia de guias de turismo e moradores locais?

AG - É sempre mais bacana viajar e passear falando a mesma língua. E o que eu faço no Brasil não é diferente do que eu faço em qualquer lugar do mundo, que é conhecer pessoas. Você pode ir para o lugar mais absurdamente lindo que você já viu. Se nesse lugar você não conhece uma pessoa que faça a diferença, que marque essa viagem, a experiência já muda. A paisagem está lá para impressionar, mas as pessoas que nos fazem voltar.


RF - Álvaro, você já viajou por lugares exóticos, destinos de aventura, cidades milenares e muito mais. Mas se tivesse que escolher um único destino no Brasil e outro no exterior que gostaria de voltar, que lugar é este?

AG - Não é ser político, mas realmente não dá para responder essa pergunta com o volume de viagens que eu tenho nas costas e com o tanto de gente incrível que eu já conheci. E até pelas minhas atitudes: eu sempre volto para o Ceará, mas também sempre volto para Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, Ibiza, Paris, Miami. Acho que vários cantos do mundo têm um pouco do meu coração. Seria desonesto da minha parte escolher só um no Brasil e um no exterior. A verdade é que, se eu pudesse, eu voltaria para quase todos os lugares que já fui.